Ação da Rondesp é a centésima ocorrência de chacina desde 2022, de acordo com o Instituto Fogo Cruzado

Por Wagner Ferreira – O deputado estadual Hilton Coelho (PSOL) fez duras críticas à ação da Polícia Militar da Bahia no bairro de Fazenda Coutos 3, em Salvador, que resultou na morte de 12 pessoas, na terça-feira (4).
Em uma publicação, o parlamentar exige que, “em nome da legalidade e dos Direitos Humanos, toda a ação na Fazenda Coutos seja apurada para que não se naturalize o uso da violência policial como única e principal política de segurança pública.”
Para do deputado, há uma evidente crise na Segurança Pública da Bahia que precisa ser resolvida dentro dos marcos da legalidade. “É fato a realidade de impunidade e ataques à população dos bairros, em especial aquela de maior situação de vulnerabilidade. Porém, sem investigação séria e políticas sociais com forte aporte de recursos, teremos a inaceitável continuidade de um Estado de Exceção onde às forças policiais cumprem o papel de julgar e executar sumariamente pessoas, num país que legalmente não possui pena de morte”, diz.
Já para o vereador de Salvador, Hamilton Assis (Psol) a segurança pública não pode ser só polícia e armamento. “Educação, emprego, renda, cultura e lazer também são projetos de segurança. Mas o que fazem? Alimentam a necropolítica e chamam de legítima defesa”, argumenta.
Na Câmara, Assis propôs a criação da Comissão Especial em Defesa das Infâncias e Adolescências, aprovada pela Câmara Municipal.
Segundo a Polícia, os mortos faziam parte de um grupo criminoso, que era ligado à facção criminosa Comando Vermelho (CV) e planejava tomar bocas de fumo da organização rival Bonde do Maluco (BDM), na localidade conhecida como Teotônio. Armas e farta munição foram apreendidas.
Durante toda a madrugada, moradores relataram momentos de terror na região. O tiroteio começou por volta das 3h e se estendeu até aproximadamente 10h. Além do confronto armado, criminosos chegaram a pichar casas e metralhar residências na tentativa de intimidação.

Fogo Cruzado – De acordo com o Instituto Fogo Cruzado, essa é a centésima ocorrência de chacina desde 2022. Para o Instituto, chacina é um evento em que três ou mais civis são mortos a tiros na mesma situação, independentemente da motivação. As mortes são classificadas como chacinas policiais quando acontecem durante ações das forças de segurança.
O bairro de Fazenda Coutos é apontado como uma das regiões com mais ocorrências de chacina. Do total, cerca de 66,66% das ocorrências foram ocasionadas por policiais militares. “A naturalização/legitimação de chacinas é a suspensão brutal de direitos e o caminho para uma escalada ainda maior de violência, em uma Bahia que tem os piores índices de homicídio e de ações policiais seguidas de morte do Brasil”, finaliza Coelho.
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