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Chegada do inverno pode afetar saúde do coração

Manter hábitos saudáveis na estação mais fria do ano é fundamental para prevenção de Infarto, AVC e Angina

Redação Mais – No próximo dia 20, começa oficialmente a estação mais fria do ano. Embora o inverno em Salvador seja discreto, algumas cidades da Bahia registram queda acentuada de temperatura nesse período. Além disso, alguns soteropolitanos viajam para regiões frias nas férias do meio do ano e podem sentir os efeitos da mudança no corpo, especialmente no coração. Isso porque o risco de infarto e acidente vascular cerebral (AVC) aumenta até 30% na temporada fria, especialmente para os grupos mais vulneráveis: pacientes com doenças crônicas, com predisposição a problemas cardíacos e pessoas acima de 65 anos.

De acordo com o cardiologista intervencionista baiano Sérgio Câmara, abaixo dos 15ºC o risco aumenta muito, mas não é o frio em si que causa infartos ou AVCs. “O frio potencializa esses riscos em pessoas já predispostas, como hipertensos, diabéticos, pessoas com colesterol alto ou que já sofreram infarto ou AVC anteriormente”, esclarece o especialista.

Dois principais fatores explicam o aumento dos riscos no frio: a maior incidência de infecções respiratórias e a vasoconstrição, que é o estreitamento das veias para conservar o calor do corpo. A vasoconstrição contribui para o rompimento de placas nas artérias, enquanto infecções podem causar inflamações que afetam as artérias coronárias.

Diante disso, manter uma rotina saudável no inverno é fundamental. As pessoas não podem deixar de se exercitar ou negligenciar a alimentação. Pelo contrário, “na estação fria, elas devem adotar uma dieta equilibrada, praticar atividade física regular e controlar fatores como colesterol, diabetes e pressão arterial”, resumiu Câmara.

Angina – Um dos sinais de que a saúde vascular pode estar sendo afetada pelo frio é a angina, caracterizada por dor ou desconforto no peito devido à diminuição do fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco. Esse fluxo reduzido resulta em isquemia, condição em que o coração não recebe oxigênio suficiente para suas necessidades, especialmente durante atividades que aumentam a demanda cardíaca, como esforço físico ou estresse emocional.

A causa mais comum de angina é a aterosclerose, que é o acúmulo de placas de gordura nas artérias coronárias. Esses depósitos de gordura podem estreitar as artérias e reduzir o fluxo de sangue para o coração. Os fatores de risco para desenvolver angina incluem idade avançada, hipertensão, diabetes, tabagismo, obesidade, sedentarismo e histórico familiar de problemas cardíacos. A condição afeta cerca de 10% a 15% das pessoas acima de 65 anos.

Diagnóstico e Tratamento – O diagnóstico de angina envolve uma combinação de histórico médico, exame físico e testes complementares como eletrocardiograma, ecocardiograma e cateterismo cardíaco. “É fundamental identificar corretamente a causa da dor no peito para iniciar o tratamento adequado”, ressalta o cardiologista intervencionista Sérgio Câmara.

Ainda segundo o especialista, para tratar a angina, são utilizados medicamentos que melhoram o fluxo sanguíneo e controlam os sintomas, como nitratos, betabloqueadores e antagonistas do cálcio. “Em casos graves, a angioplastia ou revascularização é necessária para tratar a angina, especialmente quando os sintomas não são controlados com medicamentos e mudanças no estilo de vida, ou quando há obstruções significativas nas artérias coronárias que aumentam o risco de ataque cardíaco”, explica.

Angioplastia é um procedimento médico que desobstrui artérias coronárias estreitadas ou bloqueadas, por meio de um cateter balão para abrir o vaso seguido da colocação de stent para manter a artéria aberta. Já a revascularização cardíaca é uma cirurgia que cria novos caminhos para o sangue fluir até o coração, contornando artérias bloqueadas ou estreitadas, geralmente utilizando enxertos de veias ou artérias do próprio paciente.

Viver com angina requer ajustes no estilo de vida e adesão ao tratamento. Identificar atividades que desencadeiam crises, manter um canal de comunicação aberto com os médicos e adotar uma rotina saudável são fundamentais. O apoio de familiares e amigos também é importante para lidar com a condição.

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