Iphan foi condenado em 2021 a realizar obras na Igreja; órgão sabia dos danos desde 2014

Por Albenísio Fonseca – O desabamento de parte do teto da Igreja de São Francisco de Assis, no Centro Histórico de Salvador, e com vítima fatal, não foi um acidente, mas um crime. É imperativo afirmar:
por incúria do gestor do patrimônio, o Iphan Bahia.
Não foram poucos os alertas sinalizados sobre a necessidade de vistoria, ao menos checar, solicitações, no meu entender gritantes, dos padres franciscanos ao órgão, sim, que comete “iphanticídio” sobre as demandas técnicas que requerem ação, eficiência.
O presidente nacional descobriu Salvador. Mas chega tarde e a ser patético. O absurdo da inépcia – como se diria do abstrato, o patrimônio – a desabar em sua cabeça.
Reportagem da TV Bahia já apontara falhas graves na estrutura do templo. Mas o que temos é uma política de meras intenções. Um blá-blá-blá de protelamentos, só conversa fiada. Ainda que sob recursos disponíveis. Me apontem ações, e não meras comemorações ou premiações, da inoperância do Iphan na cidade e no estado.
O A Tarde, do mesmo modo, já apontara falhas estruturais. E, pior, o MPF obteve a condenação do histórico instituto no sentido de executar as benditas, melhor dizer malditas obras de restauro no incomensurável patrimônio religioso, histórico e cultural da cidade.
13 setembro de 2021
O juiz federal Ávio Mozar José Ferraz de Novaes, da 12ª vara Cível da Seção Judiciária da Bahia, determinou em 13 setembro de 2021 (!) que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) realizasse obras de recuperação, conservação e manutenção da Igreja e Convento de São Francisco, no Centro Histórico de Salvador.
O Ministério Público Federal (MPF) ajuizara Ação Civil Pública contra o Iphan depois que a dona do imóvel, Comunidade Franciscana da Bahia, alegou não ter recursos financeiros para a realização de obras emergenciais. Na época, o prazo para o início das obras era de 30 dias a contar da data da determinação.
O caso não é único. A ferrovia do Subúrbio é outro exemplo de doer. Não se trata só de apontar um culpado. Mas o quanto o Iphan não demonstra resultados de projetos das suas inacessíveis equipes técnicas. Temos uma espécie de “corpo sem órgãos”, na verdade. Um instituto decorativo. E não é de agora.
Penso na vítima. A turista Giulia Righetto. Com 26 anos, ela era de Ribeirão Preto (SP), mas residia na capital paulista e visitava a igreja com o namorado e um casal de amigos. Formada em Comunicação Social na Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo, trabalhava em uma multinacional americana.
Imagine o impacto que tal notícia, a da morte de Giulia, causou nos seus amigos e familiares
por ter ido visitar um equipamento da Ordem Franciscana, sob a indiferença do Iphan.
A tragédia não é só lamentável, mas condenável, sim.
Autismo Aviação Bahia Baralho do Crime Bolsonaro Brasil Carnaval CBF Cidade Baixa Cinema Cultura Drogas Educação Eleições 2024 Ensino Entorpecentes Escola EUA Feira de Santana Ficco Futebol Homicídio Itapagipe Justiça Lauro de Freitas Lula Meio Ambiente Mobilidade mulher Música NAC Bahia PCBA PCD PMBA Polícia Federal Política Rio de Janeiro Salvador Saúde Segurança SSPBA STF São Paulo trânsito Uruguai