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Ministério da Saúde transforma mãe em “pessoa que pariu” em publicação sobre pós-parto

Após repercussão negativa, postagem foi apagada da rede social X

(Foto: Pixabay)

Por Wagner Ferreira O Ministério da Saúde (MS) se envolveu em mais uma polêmica depois de pagar R$ 2 mil para uma mulher rebolar seminua em um evento da pasta em Brasília. Desta vez, o MS resolveu excluir a figura da mulher como único ser biológico humano dotado em dar à luz.

A postagem do Ministério da Saúde no X diz:
“Também conhecido como pós-parto, puerpério é o período que ocorre após o parto. Nesta fase, o corpo de quem pariu está em processo de recuperação passando por uma série de modificações físicas, emocionais e psicológicas.

Estima-se que o tempo médio do puerpério é de 6 semanas, começando imediatamente após o parto do bebê. Contudo, esse período pode ser variável de acordo com cada realidade, especialmente quando relacionado à amamentação. Durante esta fase, a pessoa que pariu ou vivenciou uma perda gestacional está readequando a sua rotina à nova realidade.

A consulta puerperal é realizada no período de quarenta e dois dias após o parto, com finalidade da conclusão da assistência obstétrica. Na Atenção Primária à Saúde recomenda-se uma visita domiciliar na 1ª semana após a alta do bebê.”

Dignidade Menstrual – Em postagem recente em seu site sobre a campanha de distribuição de absorventes para a população, o Ministério da Saúde evita o termo “mulher”, apenas menciona “meninas” no final da publicação. Os responsáveis pela comunicação usam repetidamente a palavra “pessoas”, ao se referir aos destinatários do programa. O programa de “dignidade menstrual” reconhece que a menstruação ocorre em “metade da população”, mas não define qual metade.

Exoneração – Em outubro de 2023, a ministra Nísia Trindade exonerou o diretor do Departamento de Prevenção e Promoção da Saúde, Andrey Lemos, depois de ele ter contratado por R$ 2 mil um grupo responsável por realizar uma performance artística onde uma mulher rebola seminua ao som de uma versão da música ‘Batcu’, de Aretuza Lovi, para a plateia que aplaude durante o 1º Encontro de Mobilização da Promoção da Saúde no Brasil. O evento foi realizado em Brasília naquele ano.

Na ocasião, o evento provocou reação negativa, tanto da oposição ao governo, quanto de apoiadores ao Lula. Em nota, o Ministério da Saúde respondeu que o episódio foi um fato isolado. “O Ministério da Saúde reforça que o episódio isolado não reflete a política da pasta nem os propósitos do debate sobre a promoção à saúde realizado no encontro”.

Em vídeo publicado nas redes sociais, a ministra da Saúde se desculpou justificando que no dia do evento cumpria agenda em São Paulo. “Infelizmente, eu fui surpreendida pelo episódio de ontem e venho, por meio desse vídeo, me desculpar muito sinceramente pelo ocorrido e reiterar o compromisso do Ministério da Saúde de que seus eventos reflitam a conduta e a orientação da Pasta da Saúde e do Governo liderado pelo presidente Lula”, justificou.

Na mesma publicação, Nísia reforçou o compromisso do MS em fortalecer o SUS “com uma visão inclusiva, respeito à diversidade, valorização e o reforço da democracia”.

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